História e Turismo
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Publicado em 12/05/2016 08:51 - Atualizado em 12/05/2016 14:38
História
A história do município de Alfredo Chaves teve início com a colonização dos portugueses, no século XIX. Quando Dom Pedro II doou ao guarda de honra da corte, o português Augusto José Álvares e Silva, 500 alqueires de terra. Essa área foi dividida em cinco partes chamadas Sesmarias: do norte, do sul, do leste, do oeste e Quatinga.
Sede da prefeitura no início do século XX.
Nesse período, Augusto José Álvares e Silva casou-se com Macrina Rachel da Conceição, nascida naquela região e descendente de portugueses, e tiveram cinco filhos. Quando Augusto morreu, Macrina herdou as terras e doou um pedaço da Sesmaria para os escravos que não tinham moradia. A área doada, o morro do cemitério, passou a se chamar “Povoado de Nossa Senhora da Assumpção”. Mais tarde, com a chegada dos jesuítas de Benevente e a construção da igreja, passou a ser chamada de “Povoação de Nossa Senhora da Conceição”.
Estação Ferroviária que existia na sede.
Depois, as Sesmarias foram herdadas pelos filhos de Augusto e Macrina. Rita Augusta José Alves e Silva, filha do casal, casou-se com o coronel José Togneri, filho de conde italiano, que veio ao Brasil para vender jóias e comprar terras. Por dote, ele recebeu toda a propriedade da área da Quatinga.
Alfredo Rodrigues Fernandes Chaves, ministro da colonização que deu nome à cidade.
Na região, em 1877, chegam os imigrantes italianos, que desembarcam em Benevente. Do local, eles subiram o rio Benevente em canoas até a sesmaria Quatinga, onde fundaram o povoado de Alto Benevente. Alguns desses europeus, com medo das enchentes e do ataque dos índios, continuaram a subir o rio para se instalarem em uma área mais elevada, batizada de Vila de Todos os Santos.
Durante esse período, os italianos encontram muitas dificuldades ao chegarem na região. Coberta de matas virgens, o local era habitado apenas por animais selvagens. Porém, não importava a dificuldade, o que queriam era um pedaço de terra para plantarem e sustentarem suas famílias. A Itália estava passando por dificuldades e a área para o desenvolvimento agrícola no país era bem reduzida.
Mas, o governo não tinha um plano de imigração de famílias agrícolas totalmente estruturado para a chegada dos europeus ao Brasil. Ao chegarem ao território de Alto Benevente, por meio de pequenas embarcações, eles seguiam depois em grupo pelas estradas com destino ao Quinto Território. Com o apoio do ministro, Dr. Joaquim Adolpho Pinto Pacca, da Imperial Colônia de Rio Novo, e do Coronel Togneri, os italianos eram encaminhados a um barracão coletivo, a “Hospedaria dos Imigrantes”. Ali, ficaram acomodados (amontoados) por alguns meses e recebiam alimentos para o sustento, enquanto esperavam o encarregado do governo definir o pedaço de terra para cada família.
Com a posse das terras, os italianos passaram a produzir para sua sobrevivência e transformaram verdes florestas em cafezais e outras lavouras. A terra parecia-lhes um paraíso, era só plantar que a colheita era certa. O único cuidado era afastar os animais selvagens que atacavam as lavouras.
Em 1878, novos imigrantes italianos chegaram e continuaram a subir o rio para se fixarem nos vales acima de Benevente e Batatal. Evitando assim, as constantes enchentes e os ataques dos índios. Além dessas dificuldades, naquela época, o serviço de saúde era bem precário e muitos membros das famílias contraíram o mal da febre de impaludismo e vieram a falecer.
Nesse mesmo ano, Dom Pedro II enviou à região o ministro da colonização, o engenheiro Alfredo Rodrigues Fernandes Chaves, para expulsar os índios instalados nas fazendas Togneri e Gururu. O município recebeu o nome Alfredo Chaves em homenagem a esse ministro.
Em 1888 e 1895, uma nova leva de imigrantes italianos chegam ao território. Esses Europeus passaram a colonizar outras regiões, como: Araguaia, Santo André, São Marcos, Matilde, Carolina, Deserto, Urânia, Maravilha e Engano (Ibitirui). A construção da Estrada de Ferro Sul trouxe novas esperanças para esses imigrantes.
O distrito de Alfredo Chaves foi emancipado no dia 24 de janeiro de 1891, como território desligado do município de Benevente, atual Anchieta. O crescimento econômico da região foi impulsionado pelos imigrantes italianos. O progresso chega e o desenvolvimento levou a formação do primeiro centro comercial, onde famílias compravam e vendiam mercadorias.
Em 1922, foi realizado o serviço de abastecimento de água potável e de esgoto, e a iluminação de toda a cidade. Melhorias surgiram para os europeus, que dedicavam grande parte do seu trabalho também para a região, na construção e organização das igrejas.
Na economia, a partir da década de 60 com a crise do café, os agricultores começam a trabalhar com a banana, um produto que se adaptou facilmente ao clima e ao solo de Alfredo Chaves. Com o sucesso da bananicultura e da pecuária leiteira na região, passa a ser organizada a tradicional Festa da Banana e do Leite do município.
Alfredo Chaves, vários destinos em um único lugar
Vale de Cachoeira Alta
Cachoeira Engenheiro Reeve, em Matilde.
Alfredo Chaves é destino certo para quem procura belas paisagens, aventura, aconchego e uma excelente gastronomia. Surpreenda-se com essa bela cidade sul capixaba, situada entre o mar e as montanhas, que encanta pelas suas peculiaridades.
Opções não faltam para quem procura esportes de aventura, apreciar a natureza, curtir animadas festas, degustar pratos típicos com ingredientes locais e apreciar delicadas peças artesanais produzidas por habilidosas mãos alfredenses. Alfredo Chaves é referência para quem quer se encantar com dezenas de cachoeiras entre verdes e refrescantes montanhas.
Fuja da rotina do dia-a-dia e aproveite o melhor de Alfredo Chaves. Durante a viagem conheça as rotas turísticas rurais Caminho das Águas e Vale da Aventura. Abuse de alegria, cultura e emoção encontradas neste pedacinho do Espírito Santo.
Conheça algumas informações sobre os distritos e comunidades com grande potencial turístico:
1- Sede
Parque Natural Municipal na sede do município.
Na sede da cidade há um Parque Municipal, próximo ao parque de exposições. Nesse local os visitantes podem ter contato pleno com a natureza, apreciar árvores e pequenos animais. Há uma casa de apoio e um lago. O espaço é excelente para caminhadas, passeios, além de outras atividades de lazer ao ar livre.
Os demais atrativos ficam no interior, em diversas localidades. Pelos caminhos há famílias que comercializam cachaça, vinhos, biscoitos, massas e doces.
1.2- Cachoeira Alta
Vila de Cachoeira Alta
Na vila de Cachoeira Alta está situada a rampa de voo livre, que fica a 462 metros acima do nível do mar. Lá de cima dá para observar parte do litoral sul capixaba e as montanhas capixabas. O local é destino de grandes pilotos do estado e do Brasil. Considerada uma das melhores rampas do país para prática do esporte. Mas, além de pilotos, os aventureiros podem voar. No local há escolas que oferecem voo duplo de parapente.
Para chegar a rampa é preciso subir a montanha íngreme que passa próximo a cachoeira Tororoma. Há na vila há pousadas e também transporte alternativo oferecido pelos nativos.
2- Matilde
Estação Ferroviária de Mathilde
É no distrito de Matilde (18 km do centro de Alfredo Chaves) que fica um dos patrimônios históricos, restaurado recentemente, que hoje tornou-se um centro cultural, histórico e turístico. O lugar tem um ar bucólico. É a antiga Estação Ferroviária de Mathilde, erguida no início do século XX, época da construção da antiga estrada de ferro Leopoldiona Railway que ligava as cidades de Cachoeiro de Itapemirim e Vitória. Hoje na estação existem salas para cursos e aulas para a comunidade, uma loja de produtos da agroindústria da região, sala museológica e salão para exposições.
Bem próximo a estação (800m) fica o conhecido Túnel de Matilde. Ele foi construído na administração inglesa pelos espanhóis na mesma época da construção da linha. Ele foi erguido para desviar o fluxo da água do córrego formado pelo Rio Novo de Matilde que passava por cima da linha. Foram construídos degraus (65 ao todo) para a passagem da água. Hoje o atrativo é turístico e visitado por turistas aventureiros em busca de emoção que tomam o trajeto como um desafio.
E é em Matilde que fica a famosa Cachoeira Engenheiro Reeve, uma das maiores em queda livre no Estado. Para chegar até ela existe um acesso, uma escadaria. A vista é incrível. O volume da água proporciona a formação de gotículas que caem sobre os visitantes que chegam até o final do acesso. A cachoeira é muito procurada para a prática de rapel.
2.2 – Carolina e São Roque de Maravilha
São Roque de Maravilha
A cerca de 04 km de Matilde fica a localidade de Carolina, conhecida por abrigar também lindas cachoeiras e pousadas. E mais a frente, a cerca de 8 km, está a vila de São Roque de Maravilha, eleita uma das Sete Maravilhas da cidade. Lá o verde predomina e um rio, próximo a estrada principal, é o condutor dos visitantes que podem observar lindas quedas d’água. Lá também há ótimas acomodações e cachoeiras.
2.3- Cachoeiras de Iracema
Cachoeira Iracema.
No distrito de Matilde ficam as nativas cachoeiras Iracema e Iraceminha, em um espaço que irá se tornar futuramente Parque Municipal Iracema. Para chegar até elas dá para ir de carro até certo ponto, depois é estacionar o veículo e seguir a pé por 30 minutos entre a mata. Barulho de água, pássaros e outros animais fazem parte da trilha sonora da caminhada. Ao final do paraíso, ficam hospedadas as cachoeiras.
3- São Bento de Urânia
Sede de São Bento de Urânia
É onde acontece tradicionalmente em fevereiro a Festa da Uva e do Vinho. Lá os moradores cultivam também inhame e muitas hortaliças. No distrito fica o ponto mais alto do município (cerca de 1.800 metros) e a nascente do rio Benevente.
4- São João de Crubixá
Cachoeira do Quintino, em São João de Crubixá
No distrito fica a centenária igreja de São João Batista e a cachoeira do Quintino.Lá a fé é amplamente ligada aos traços culturais. Há opções de pousadas, fábrica de biscoitos e outros empreendimentos na região.
5- Ibitirui
Cachoeira Vovó Lúcia, em Ibitirui
Nesta região a fé e a história se misturam em um contexto de riqueza cultural. O distrito é privilegiado por abrigar a bela Cachoeira da Vovó Lúcia, com suas duas belas quedas, a cachoeira da Neuza e outras corredeiras. Há na região uma famosa fábrica de biscoitos.
6- Sagrada Família
Igreja centenária de Sagrada Família
A fé é algo que se destaca no distrito, onde há também cachoeiras e poços naturais. A igreja da Sagrada Sagrada Família já é centenária e compõe o roteiro das Sete Maravilhas de Alfredo Chaves. A imagem da padroeira foi trazida da França e sua arquitetura interna é ainda a mesma da que foi construída há mais de um século.
7- Ribeirão do Cristo
Igreja de Ribeirão do Cristo
Distrito conhecido por famílias tradicionais no cultivo de hortaliças. Na região há cachoeiras, pousadas e condomínios a beira de lagos e ao pé das montanhas.
por Secretaria de Comunicação Social